sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Pobreza é pior do que cocaína para a saúde de bebês, conclui estudo

Pobreza é pior do que cocaína para a saúde de bebês, conclui estudo Mateus Bruxel/Agencia RBS
Condições sociais são importantes para o desenvolvimento infantil



Neonatalogista americana passou vinte anos pesquisando mães usuárias e seus filhos

A cocaína está longe de ser uma droga inofensiva, e isso inclui, é claro, a gestação, as gestantes e seus bebês. Entre os malefícios que causa, estão o aumento na pressão arterial da gestante, a indução de parto prematuro e outras complicações. 

No entanto, diversos estudos realizados na Filadélfia ao longo dos últimos vinte anos concluíram que a pobreza é mais prejudicial para bebês do que o consumo de cocaína por suas mães. Em 1989, quando a neonatalogista Hallam Hurt começou a trabalhar com o tema, um em cada seis nascidos vivos nos hospitais da Filadélfia era filho de mãe usuária de cocaína. 

Era grande o alarde na imprensa sobre os "crack babies" – filhos do crack que estariam condenadas a uma vida de problemas mentais. Desde aquela época, Hallam vem publicando resultados de sua pesquisa em revistas científicas por anos e apresentou um resumo de suas conclusões no Children's Hospital da Filadélfia em junho. 

No longo prazo, o trabalho de Hurt concluiu que os "filhos do crack" têm desempenho similar aos filhos de mães não usuárias do mesmo extrato social em testes de inteligência. Só que ambos os grupos obtiveram resultados inferiores à média da população da mesma idade, o que levou à conclusão de que as condições sociais são mais importantes para o desenvolvimento infantil. 

 É claro que o uso de crack e cocaína pelos pais pode levar a um ambiente doméstico ruim para a criança. Aos 7 anos, 81% das crianças pesquisadas por Hallam já tinham visto alguém ser preso; 74% tinham ouvido tiros; 35% tinham visto alguém ser baleado; 19% tinham visto um cadáver na rua. 




Fonte: ZERO HORA 

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