As Quadrilhas Juninas constituem
uma das manifestações culturais mais representativas do São João do Projovem
Adolescente de Saboeiro. Eles ocupam os diferentes espaços da festa, transformando
o cotidiano dos adolescente com a singularidade de espetáculos artísticos que
dizem de nós, o que somos e fomos, reafirmando as nossas riquezas e diversidade
cultural.
A
quadrilha junina do Projovem em parceria com a escola Lídia Bezerra e
alunos escrevem diferentes histórias é um trabalho que documenta o nosso
reconhecimento, a valorização e a perpetuidade de uma expressão
cultural, que valoriza as festividades Juninas e a história da nossa
cidade no São João.
Essa publicação dialoga com o que
acreditamos ser importante para o registro da memória de um bem cultural. É um
trabalho que apresenta um diferencial da escrita da história do 2º ano da quadrilha junina do do Projovem Adolescente, além do reconhecimento de
numerosos talentos que se revelam e se superam neste São João.
Ai que saudade que eu tenho das noites de São João ...
“Ai que saudade que eu tenho
Das noites de São João
Das noites tão brasileiras das fogueiras
Sob o luar do sertão
Meninas brincando de roda
Velhos soltando balões
Moços envolta fogueira
Brincando com o coração
Eita São João dos meus sonhos
Eita saudoso sertão ai ai”
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)
A lembrança nos traz à memória a mais remota passagem que temos da
festa de São João quando ouvimos essa música de Luiz Gonzaga. Quantas
imagens vêm na tela da mente? Lembranças do cheiro de fumaça no ar; do
gosto de milho cozido, do sabor da canjica, que se mistura ao cravo e à
canela do bolo pé de moleque... Versos, que propõem uma profusão de
sentidos, que não se curvam às definições de um dicionário limitado.
As histórias das quadrilhas juninas também esbanjam muitos sentidos.
Elas não se revelam completamente... Dormem no mais íntimo das memórias
dos quadrilheiros de Saboeiro; repousam nos bairros, nas ruas e nos
arraiais, onde meninas brincam de roda e velhos soltam balões em noites
tão brasileiras das fogueiras...
Nos Arraiais da Memória do Projovem Adolescente em parceria com a escola
Lídia Bezerra nasce, portanto, com um primeiro desafio: relacionar, num
mesmo trabalho, história e memória, considerando suas múltiplas
temporalidades, visto que, nos depoimentos, falam os jovens do passado
pela voz dos adultos, ou dos idosos do tempo presente. Quadrilheiros que
revelam as memórias de suas experiências e também lembranças a eles
repassadas; pessoas que falam de um tempo sobre um outro tempo; que
registram sentimentos e interpretações entrecortadas pelas emoções do
ontem, renovadas ou ressignificadas pelas emoções do hoje.
Que todos os anos se multiplique os quadrilheiros pelos arraiais da cidade, que tome novo
fôlego nas comunidades de origem dos grupos; que estimule a concretização dos sonhos
e a formação de novas quadrilhas, na esperança de que novas histórias quadrilheira de Saboeiro Sejam
escritas.
Facilitador Cultural: Francisco
Alves
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