quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Início de um novo tempo!



Os saboeirenses estão aliviados, mas dispostos a continuar a luta em defesa do patrimônio histórico-cultural de Saboeiro. A mutiladora obra na igreja Matriz Nossa Senhora da Purificação, construída no século XIX, foi paralisada. Após a vistoria do promotor de Justiça Aureliano Junior instaurou inquérito civil público, o que levou o padre Francisco Glebson a assinar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) se comprometendo a paralisar a obra, que mutila o aspecto original da igreja. 

No fim do mês passado, o pároco de Saboeiro iniciou obra que descaracterizava a arquitetura original do templo, datado de 1857. Ele estava construindo dentro da Igreja Matriz uma capela, uma sacristia e um confessionário. Em frente ao Altar-Mor, de Nossa Senhora da Purificação, estava modificando a altura do piso e já ameaçava retirar o Sacrário.

A família saboeirense, que ama a cidade e respeita sua história, rebelou-se e denunciou o crime ao Ministério Público, nas redes sociais e na grande imprensa, por meio de matérias veiculadas nos jornais O POVO e Diário do Nordeste.

O superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), José Ramiro Teles Beserra, estará nesta quinta-feira, 11, em Saboeiro vistoriando o templo. O resultado da inspeção será um relatório técnico que subsidiará o Ministério Público para as próximas iniciativas.

Desde o ano passado, o conjunto histórico da cidade de Saboeiro, incluindo a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação, está sendo estudado pelo Iphan e há a possibilidade de tombamento federal. São necessários, ainda, estudos históricos, urbanísticos e, principalmente, a manutenção do conjunto preservado. O Iphan já declarou que Saboeiro é uma cidade importante para a povoação do sertão dos Inhamuns.

É urgente esse estudo para evitar que a cidade perca sua identidade. Nas últimas décadas, a Igreja sofreu várias de intervenções. O patamar foi modificado, o coro derrubado, as antigas portas de cedro substituídas por madeira de quinta, dois altares receberam azulejos. A degradação não se limitou ao templo. 

A cidade muito já perdeu de suas características. A cadeia pública e a casa quadrada, ambos do século XIX, e o mercado público, do início do século XX, foram derrubados. Não podemos permitir que esses crimes se repitam em pleno século XXI.

Nos manteremos vigilantes na defesa do patrimônio histórico-cultural e social de Saboeiro, a Terra do Galo




Fonte:  Suzete Nocrato

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