Ao longo de cinco décadas, houve forte contribuição para o crescimento dos correspondentes
A Associação Cearense de Jornalistas do Interior (Aceji) comemorou no último dia 30 de junho, 50 anos de fundação. A entidade permanece atuante, promovendo encontros regionais, cuja programação inclui debates sobre temas do jornalismo e questões sociais de interesse da coletividade.
Em cada encontro da Associação, como o realizado em Jucás, a pauta sempre é formada em cima de sugestões e reivindicações dos associados FOTO: HONÓRIO BARBOSA
O presidente da Aceji, jornalista João Ferreira, destacou o papel da entidade ao longo de cinco décadas. “Houve forte contribuição para o crescimento dos correspondentes do Interior, abertura de espaço para as noticias oriundas do sertão”, disse.
“Hoje continuamos favorecendo a troca de experiência entre profissionais da comunicação e também discutindo problemas gerais, nos encontros da entidade”, salientou.
Pauta
Ferreira observou que a cada encontro, secretários de Estados e prefeitos são convidados a participar. “Colocamos em pauta, assuntos de interesse geral dos moradores e apresentamos reivindicações para que os problemas sejam resolvidos”, explicitou. “É uma entidade que está viva”.
Para o vice-presidente da Aceji, Amaury Alencar, os 50 anos de funcionamento da entidade representam um marco no jornalismo regional. “É uma instituição rica em sua história e que hoje dá continuidade ao promover encontros, congressos nas cidades do Interior, sempre dando prioridade aos momentos de capacitação dos profissionais”.
Um dos fundadores da Aceji, o jornalista aposentado J. Gusmão Bastos mantém viva na memória a história da entidade, os seus primeiros passos e a sua importância que exerceu com maior expressão nas décadas de 1960 e 1970. Por meio de pautas apresentadas aos governadores, a instituição influenciou nodesenvolvimento das cidades e através de congressos regionais contribuiu para o aprimoramento dos correspondentes. “Os jornalistas do interior eram autodidatas e adquiriram formação por meio de cursos e congressos que a Aceji promovia”, recordou Gusmão Bastos. “Eles trabalhavam com abnegação e colaboravam com os jornais existentes na época, que chegavam ao sertão por meio do trem”, ressaltou.
A Aceji, lembra Gusmão Bastos, foi fundada em 30 de junho de 1963 na cidade de Canindé, por ocasião da realização do II Congresso da classe. “Foi resultado de muita luta”, recorda. “No início dos anos de 1950, os jornais que então circulavam na Capital não tinham espaço para publicação das notícias provenientes do Interior”.
Colaboradores
Os primeiros colaboradores da entidade foram: João Ciro Saraiva (Quixeramobim), Luciano Diógenes e Sá (Senador Pompeu), Wellington Lobo de Mesquita (Santa Quitéria), José Gomes Junior (Cariús), João Lindemberg de Aquino (Crato) e Teúnas de Andrade (Acaraú). Em Iguatu, havia Antonio Nogueira e Júlio Braga. Em Sobral, João Lycio Soares.
Em janeiro de 1961, na cidade do Crato foi realizado o primeiro congresso, coordenado por Perboyre e Silva, então presidente da Associação Cearense de Imprensa. Dois anos depois, a Aceji seria fundada no Congresso de Canindé.
“Cada correspondente apresentou uma reivindicação de sua cidade e o documento geral foi encaminhado ao governador do Estado. “A maioria dos pleitos foi atendido”, lembrou. Gusmão Bastos defende que a Aceji transforme-se em um fórum de debates sobre temas de comunicação e questões gerais da sociedade.
“Estamos vivendo uma nova realidade social, uma nova época, a comunicação pela Internet está em expansão e precisamos redefinir o papel da Aceji, que deve ser um espaço de amplo debate social e político”, disse.
A Assembleia Legislativa do Ceará, por iniciativa do deputado estadual, Paulo Facó, realizou sessão solene em homenagem aos 50 anos de fundação da Aceji. As comemorações prosseguirão ao longo do ano. No decorrer deste segundo semestre, deve haver atos solenes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em reconhecimento à importância da entidade, que dispõe de sede própria e de uma casa de veraneio.
HONÓRIO BARBOSA
REPÓRTER
Mais informações:
Associação Cearense de Jornalistas do Interior (Aceji)
Telefones: (85) 3231. 5531
(85) 8764. 5567
Fonte: Diário do Nordeste
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