terça-feira, 6 de março de 2012
Deputado exige respeito do governo e ameaça rompimento
O manifesto do PMDB contra a hegemonia do PT no Governo Federal será entregue hoje, às 17 horas, ao vice-presidente da República, Michel Temmer (PMDB), e às lideranças da sigla na Câmara e no Senado. De acordo com o deputado federal peemedebista cearense, Danilo Forte, desde que sejam refeitas as relações do Governo com o PMDB e seja dado o “devido respeito” ao partido, a possibilidade de rompimento fica mais distante. “Mas se (o Governo) continuar marginalizando o PMDB, é inevitável”, disse.
Segundo Danilo Forte, um dos coordenadores do manifesto, o documento deve ser entregue hoje com mais de 50 assinaturas de deputados, o que corresponderia a mais de 70% da bancada peemedebista na Câmara Federal. Todos os representantes cearenses do PMDB assinaram o documento, garante o deputado. “Estamos reafirmando nosso propósito de participar da estruturação e execução das políticas públicas do Governo Federal”, afirmou.
O manifesto, conforme Forte, desautoriza qualquer tipo de barganha, quanto a cargos ou emendas. “Não é isso que o movimento propõe, mas sim a reafirmação da identidade do nosso programa político”, pontuou. A principal preocupação dos signatários do manifesto é com o fortalecimento do PMDB, para não perder espaço nas disputas municipais deste ano. Hoje o PMDB tem o maior número de prefeitos no País.
O desconforto com o PT teria se iniciado ainda em 2011. “O estopim foi o recomeço do trabalho legislativo e a perspectiva de uma repetição do que a gente viu no ano passado, com o PMDB sendo colocado numa situação nem de coadjuvante, mas de mero figurante na composição política nacional”, explica.
Mais um sinal da insatisfação foi apontado ontem pelo líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Segundo ele, os ministros estão “sem autonomia” para resolver questões protocolares do cargo, como demandas de prefeitos. “Hoje, os ministros estão limitados em suas ações. Ficam esperando demandas da Casa Civil, das Relações Institucionais. Os ministros não conseguem decidir as questões trazidas por prefeitos. Não são obras grandes, são coisas pequenas do cotidiano da prefeitura, por exemplo, que ficam sem respostas”.
O PMDB ocupa hoje os Ministérios da Previdência, Turismo, Agricultura, Minas e Energia, além da Secretaria de Assuntos Estratégicos. Outra avaliação é de que muitas tarefas estão concentradas nos secretários-executivos.
“Reclamação injusta”
Vice-líder do Governo na Câmara, o deputado federal José Guimarães (PT), defende que o manifesto é uma reclamação injusta com o Governo e com o PT. “O PMDB é o segundo maior partido a ocupar espaço no Governo. Tem vários ministérios e autarquias. Não justifica estar reclamando espaço”, disse. Para ele, o que falta é os dois partidos conversarem sobre as eleições deste ano. “Os espaços de cada partido precisam ser preservados e as alianças precisam ser feitas”. (com agências)
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